Símbolo do evento o perfil de uma mulher negra com turbante e brinco ao lado da inscrição IX Congresso Étnico-Racial

IX Congresso Étnico-Racial

Pensamento Afrodiaspórico e Educação: contra a colonialidade de saberes
 04/11/2024 - 08:00 to 08/11/2024
 IX Congresso Étnico-Racial - Pensamento Afrodiaspórico e Educação: contra a colonialidade de saberes.    secneabi@ufu.pontal.br   IX Congresso Étnico-Racial - Pensamento Afrodiaspórico e Educação: contra a colonialidade de saberes.

Presentation

O evento será a culminância de várias atividades extensionistas desenvolvidas pelo NEABi Pontal e NEPERE – UFU, favorecendo a interação entre a comunidade local e os diversos lugares onde as ações extensionistas de ambos os núcleos atingem. O principal objetivo do evento é debater propostas de implementação das Leis n.º 10.639/03 (História e Cultura Africana e Afro-Brasileira) e n.º 11.645/08 (História e Cultura Africana e Afro-Brasileira e Indígena), no tocante às relações étnico-raciais, na perspectiva teórico-metodológica do evento, tanto nos aspectos da formação inicial — para licenciandos do Instituto de Ciências Humanas do Pontal e estudantes do ensino médio — quanto para a formação continuada de profissionais da educação em exercício, promovendo a troca de experiências com os movimentos sociais, criando uma rede dialógica entre a universidade e a comunidade em geral, e propiciando a divulgação científica.

 

Programming

EM BREVE

Subscriptions

Cost of the event: 
Evento gratuito

Cada Simpósio Temático deverá ser proposto por, no máximo três pesquisadores(as) mestrandos(as), doutorandos(as) e/ou doutores(as), preferencialmente de instituições diferentes, sendo que um(a) deles(as) deverá ser doutor(a). Na proposta (máximo de 3.000 caracteres, com espaços) deverá constar de título, apresentação com justificativa da relevância do tema, objetivos do simpósio temático, ementa e 3 (três) a 5 (cinco) referências. Deverão ser incluídas no cadastro a titulação máxima e instituição de atuação profissional / científica de cada proponente. Os STs serão os espaços para a apresentação e discussão de pesquisas já concluídas ou em andamento. Caberá à/ao(s) coordenador/a(es) avaliar(em) as propostas apresentadas ao seu ST, aceitando, no máximo, 24 trabalhos, visando garantir um tempo mínimo de 15 minutos para cada apresentação, considerando que os trabalhos serão divididos em 3 (três) sessões com 8 (oito) trabalhos em cada um. Caso a proposta de ST não alcance o mínimo de 5 (cinco) inscritos, os trabalhos serão alocados em outro simpósio, de acordo com a 2ª ou 3ª opção registrada na inscrição. Observações: - Os/As coordenadores/as de ST poderão sugerir a alocação dos trabalhos avaliados; contudo, a Comissão Organizadora do evento será a responsável pela alocação das apresentações. - As propostas de ST serão analisadas pela Comissão Organizadora e Comissão Científica (caso necessário). A Comissão Organizadora poderá operar junções e/ou desmembramentos de temas de acordo com os interesses gerais do evento. - As propostas serão avaliadas pela sua consistência e relevância. Atribuições dos(as) coordenadores(as): • recebimento, avaliação e seleção dos trabalhos propostos para o seu ST; • coordenação do tempo, da ordem de apresentação, da mediação da discussão e demais atividades durante todo o evento.

Location

R. Vinte, 1600 - Tupã - Ituiutaba / MG - 38304-402

Paper Submission

Os Simpósios Aprovados:
* Simpósio Temático 1: Arte, Saúde Mental e Comportamento.

Prof. Dr. Eduardo de Freitas Bernardes (UFU)
Prof.ª Dra. Simone Aparecida dos Passos (UFU)

Apresentação:
Esta proposta objetiva acolher as tratativas de pesquisadores, artistas, educadores, psicólogos e outros profissionais que se dedicam ao debate das questões inerentes à sociedade brasileira notabilizados pelas Leis 10.639/2003, 11.645/2008, entre outras. A arte, em suas diversas linguagens, tem sido um canal poderoso para a expressão, o processamento emocional e a construção de identidades. Para a população negra, ela tem desempenhado um papel ainda mais crucial, servindo como meio de subsistência, resistência, cura e fortalecimento da identidade cultural. Há um conteúdo genuíno do artista negro e de sua riqueza cultural que pode desempenhar um papel fundamental na promoção da saúde mental, viabilizando as mais variadas formas de expressão emocional, dando margem para a manifestação de emoções que podem ser difíceis de verbalizar. Serve para construção da identidade, a elevação da autoestima aumentando a resiliência frente aos desafios da vida; ajuda a promover uma conexão social mais efetiva com outros grupos sociais; tende a reduzir os níveis de estresse e ansiedade. O processo de criação artística é uma manifestação de sínteses dos repertórios do artista e do sujeito, ao longo da história da arte, a população negra tem utilizado as mais variadas linguagens artísticas como um meio de resistência a opressão e ao racismo, nisto, as artes integradas, artes visuais, dança, música, literatura, entre outras, têm sido voz às suas experiências, desafiando estereótipos e construído narrativas alternativas sobre si mesmos. Ao criar e apreciar obras de arte, os indivíduos podem processar traumas, encontrar sentido em suas experiências e fortalecer sua autoestima. Apesar dos benefícios da arte para a saúde mental da população negra, ainda existem desafios a serem superados. Ao reconhecer a relevância das questões envolvendo repertórios artísticos e a saúde mental da população negra adotando abordagens interculturais, podemos contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa, onde todos tenham acesso aos recursos necessários para promover o conhecimento e o bem-estar de forma bastante realista, ultimando a ampliação de espaços concretos de desenvolvimento da população.

Objetivos:

- Promover intercâmbios de estudos, pesquisas e produção de saberes em Arte e Psicologia;
- Socializar trabalhos (em andamento ou concluídos) e relatos de experiência relacionados às Artes integradas, Artes visuais, dança, música, literatura, teatro, Psicologia, entre outras, relacionados à cultura africana e afro-brasileira e à imagem da (o) negra (o).
- Conhecer e divulgar o desenvolvimento de projetos de pesquisa e relatos de experiência relacionados à população negra, sua Arte, Saúde Mental e comportamento a despeito de suas oportunidades, a defesa dos direitos e o enfrentamento ao racismo fortalecendo a construção da Igualdade Racial.

Ementa:

Implementação da Lei nº 10.639/2003: desafios. Trajetórias de pessoas negras na Arte e na Psicologia. Representatividade na produção da Arte e da ciência. Expressões artísticos e/ou fenômenos psicológicos podem ser úteis, como fontes de investigação dos problemas inerentes à comunidade negra. Artes integradas, Artes visuais, dança, música, literatura, teatro, Psicologia, entre outras, relacionados à cultura africana e afro-brasileira. O conhecimento multidisciplinar e as alternativas viáveis para resolução de problemas.

Referências:
BERNARDO, Luany Dias; TOZATTO, Alessandra. RACISMO E SAÚDE MENTALDA POPULAÇÃO NEGRA NO BRASIL: NOTAS PARA UMA PSICOLOGIA CONTEMPORÂNEA. Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação, [S. l.], v. 8, n. 12, p. 436–459, 2022. DOI: 10.51891/rease.v8i12.7990. Disponível em: https://periodicorease.pro.br/rease/article/view/7990. Acesso em: 11 jan. 2024.
HUIZINGA, Johan. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. São Paulo: Perspectiva, 2014.
GOMES, Nilma Lino. Educação, identidade negra e formação de professores/as: um olhar sobre o corpo negro e o cabelo crespo. Educ. Pesqui. São Paulo, v. 29, n. 1, p. 167-182, jun. 2003
JACOB, G. et al. A Systematic Review of Black People Coping with Racism: Approaches, Analysis, and Empowerment. Perspectives on Psychological Science, v. 18, n. 2, 25 ago. 2022.
KERNEY, M. A. et al. “The State of Your Psyche”: Black Conceptualizations of Mental Health. The Counseling Psychologist, 31 jan. 2024.

* Simpósio Temático 2: Contextos étnico-raciais e seus caminhos: os usos da Arqueologia, Antropologia e História para a construção de novas abordagens e ressignificações.

Robson Rodrigues – Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais-PPGCS – Instituto de Ciências Sociais-INCIS –
Universidade Federal de Uberlândia-UFU.
Daniella Santos Alves – Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas do Instituto Federal de Brasília/ Campus
Ceilândia (NEABI/IFB)
Gabriel Zissi Peres Asnis – Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social – PPGAS – Universidade Federal de
São Carlos – UFSCar.

Apresentação:

A lei 10.639/03, atualizada pela 11.645/08, tornou obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena dentro das matrizes curriculares do ensino fundamental e médio. Entretanto, na prática, o racismo epistêmico, o etnocentrismo da ciência acadêmica e o eurocentrismo escolar faz com que, apesar de implantada, a lei tenha dificuldades de ser implementada. Para mudar este cenário é fundamental e necessário repensar os currículos das graduações dentro de uma postura contracolonial e intercultural, isto é, pensar as trocas entre os povos de maneira equitativa e simétrica. Além disso, é preciso incentivar cada vez mais a produção acadêmica e cientifica a respeito da contribuição desses povos para a formação sociocultural e refletir como o conhecimento indígena e afro-brasileiro nos permite pensar o Brasil hoje.

Objetivos:
Promover o intercâmbio entre pesquisas de diferentes áreas do conhecimento que permitam desenhar um quadro sobre as dinâmicas das ocupações populacionais, os impactos coloniais e os rearranjos socioculturais sofridos pelas populações originais e remanescentes, procurando desconstruir narrativas coloniais tradicionais sobre perda cultural e buscar novos entendimentos a respeito da emergência de compreensões em contextos coloniais e pós-coloniais.

Ementa:
Ao abordarmos aspectos da Antropologia e Arqueologia em diálogo com as alteridades presentes nas histórias indígenas e quilombolas no Brasil, procura-se descortinar visões a respeito da diversidade cultural e plurietnicidade dos povos, com foco na compreensão a respeito dos contatos. As questões de interesse incluem discussões que problematizem relações de trabalho e escravidão, identidade social, transformação cultural, políticas de colonização e como diferentes coletivos responderam a esses processos a partir de suas realidades sociais, econômicas e culturais. Será um espaço para a socialização de saberes e a devida discussão sobre experiências relacionadas a conflitos socioambientais, disputas pela posse de territórios tradicionalmente ocupados, preservação e valorização do patrimônio cultural, uso da memória social em um diálogo interdisciplinar e intercultural entre os campos afins do conhecimento.

Referências:
ALVES, Daniella S. Dentro da Malhadinha: Uma análise das doações de produtos alimentares na comunidade remanescente quilombola. Crítica e Sociedade: revista de cultura política, v. 8, 2018. ALVES, Daniella S.; JUNQUEIRA, G.; LOURDES, M. Tomando Posse da História: o legado de resistência da cacique Kawany Lourdes Tupinambá. Revista Ñanduty, v. V.6, 2018.
ASNIS, Gabriel Z. P.; MANO, M. Continuidades e descontinuidades: a Arqueologia Aratu-Sapucaí e a história indígena Cayapó. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, 2020.
MANO, Marcel. Contatos e intersecções culturais numa área de fronteira: passado e presente indígena no Triângulo Mineiro. Habitus, v. 20, 2022.
RODRIGUES, Robson A. Dando significado às coisas: por uma Arqueologia antropológica nos estudos interpretativos da tecnologia indígena numa perspectiva interdisciplinar e regional. Crítica e Sociedade: revista de cultura política, v. 7, 2017.

* Simpósio Temático 3: Filosofia, Artes e Audiovisuais na Perspectiva da Filosofia Afro-Brasileira.

José Benedito de Almeida Jr (UFU)
Carlos Antonio dos Santos (UFU)
Carla de Brito Nascimento (UFU)

Apresentação:
O simpósio temático sobre filosofia, artes e audiovisuais na perspectiva da filosofia afro-brasileira tem como objetivo propor uma reflexão aprofundada sobre a intersecção entre essas três áreas do conhecimento. Pretendemos discutir como as manifestações artísticas e audiovisuais podem potencializar o ensino de filosofia na perspectiva afro-brasileira, e como essa filosofia pode enriquecer as produções artísticas e audiovisuais. Esperamos que esse simpósio temático possibilite o encontro e a troca de conhecimentos entre pesquisadores, professores, artistas e interessados nas temáticas propostas, carregando o compromisso de promover a valorização e a disseminação do ensino de filosofia afro-brasileira, impulsionando a transformação social e a inclusão por meio das artes e audiovisuais.

Justificativa:
Primeiramente, é importante ressaltar a relevância do tema proposto. A filosofia afro-brasileira tem sido cada vez mais reconhecida como um campo de estudos legítimo e fundamental para a compreensão da cultura e das questões sociais no Brasil. Através das artes e audiovisuais, é possível expressar e disseminar os conhecimentos e as reflexões presentes nessa filosofia, alcançando um público ainda maior e diversificado.
Além disso, a interlocução entre a filosofia afro-brasileira e as teorias de audiovisual é uma contribuição valiosa para ambos os campos. As teorias de audiovisual podem ser enriquecidas ao incorporar as perspectivas filosóficas afro-brasileiras, que trazem uma visão de mundo diferenciada e crítica. Por sua vez, as produções audiovisuais podem ampliar o alcance da filosofia afro-brasileira, tornando-a mais acessível e disseminada, dando voz às vozes marginalizadas.

Objetivos:
1) Promover a reflexão e o diálogo sobre a relação entre filosofia, artes e audiovisuais na perspectiva da filosofia afro-brasileira.
2) Fomentar o debate acadêmico sobre o potencial das manifestações artísticas e audiovisuais como formas de expressar as questões filosóficas presentes nessa perspectiva.
3) Ampliar o conhecimento sobre a filosofia afro-brasileira e sua importância para a construção de uma sociedade mais inclusiva e justa, através da divulgação e disseminação de seu pensamento por meio das artes e audiovisuais.

Ementa:
1) Princípios e conceitos fundamentais do ensino de filosofia.
2) Análise das relações entre filosofia, arte e audiovisual na perspectiva afro-brasileira.
3) Manifestações artísticas e audiovisuais como expressões de pensamentos e reflexões filosóficas.
4) Interfaces entre as teorias do audiovisual e a filosofia afro-brasileira.
5) A filosofia afro-brasileira como instrumento de transformação social e construção de identidades.

Referências teóricas de filosofia afro-brasileira:
"Orixás, Caboclos e Guias: Deuses ou Demônios?" - Reginaldo Prandi.
"Filosofia da Libertação Negra" - Nascimento Abdias.
"A Filosofia do Samba" - Muniz Sodré.
"O Que é Racismo Estrutural?" - Silvio Almeida.
"A Filosofia Africana como Prática e Disciplina Acadêmica" - Placide Tempels.

* Simpósio Temático 4: O Racismo Ambiental e o Estado Socioambiental de Direito.

Adriana Andrade Ruas (IFMG – Gov. Valadares)

Apresentação:
O modo como as populações brasileiras mais vulneráveis, em razão da interseccionalidade das relações sociais de gênero, etnia e classe, vêm sofrendo, e a maneira pela qual o Estado Socioambiental de Direito tem existido, permite ao capital definir a medida da degradação ecológica e reproduzido o racismo ambiental que distribui de maneira injusta e desproporcional as populações vulneráveis para áreas de risco. O problema se desenha quando milhares de pessoas negras, mulheres chefes de família, idosos, crianças, indígenas, quilombolas e demais pessoas economicamente desfavorecidas passam a habitar cada vez mais áreas com alto grau de risco ambiental.
Pretende-se analisar a concepção de mínimo existencial ecológico, do direito fundamental à moradia digna e de justiça ambiental, além das metas para o Estado de Direito Ambiental definidas pela ONU. Debater como o mercado, o dinheiro e o poder colonizam o mundo da vida, neutralizando a ética e a responsabilidade pelo próximo. Também pretende-se discutir o modo como a invenção da raça enquanto categoria de segregação social, estrutura as desigualdades de gênero, raça e classe no Brasil contemporâneo, além da forma como o racismo ambiental define a organização espacial das populações. Portanto o debate em torno desse tema é de suma importância por ser atual e que trata da omissão reiterada do Estado em não enfrentar esse problema de forma efetiva, o que acaba deflagrando uma realidade de injustiça e descaso as pessoas vulneráveis na ocupação ambiental.

Ementa:
O Estado Socioambiental de Direito e a agenda social ambiental no projeto jurídico-político para o desenvolvimento humano. Racismo ambiental, Interseccionalidade. População vulnerável e áreas de risco. Degradações ambientais em bairros e territórios periféricos. Vedação do retrocesso ecológico.
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Referências
AZEVEDO, Carolina. PRADO, Samantha. A COR DA INJUSTIÇA AMBIENTAL NO BRASIL. Racismo Ambiental. 2023. Disponível em: https://racismoambiental.net.br/2023/03/04/a-cor-da-injustica-ambiental-... Acesso em: 25 mar. 2023.
ARAVECCHIA, Nilce. COSTA, Eduardo. VENTURA, Raul. CATÁSTROFE AMBIENTAL E HUMANITÁRIA. Racismo Ambiental. 2023. Disponível em: https://racismoambiental.net.br/2023/03/03/catastrofe-ambiental-e-humani.... Acesso em: 25 mar. 2023.
FENSTERSEIFER, Tiago. Direitos fundamentais e proteção do ambiente: a dimensão ecológica da dignidade humana no marco jurídico-constitucional do Estado Socioambiental de Direito. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2008.

* Simpósio Temático 5: Pensamento Afrodiaspórico do Século XX e suas repercussões epistemológicas.

Profª Drª Cintia Camargo Vianna (YALODE-GEPLAFRO – UFU)
Profª Mestra Mireile Silva Martins (Doutoranda PPGCS/UNICAMP)

Assumindo a existência de uma Inteligência Negra Internacional consolidada no século XX, esse ST surge da necessidade de buscar desnudar ou ao menos iniciar um processo de desvendamento das relações possíveis entre a produção de diferentes intelectuais negros e negras em diferentes pontos da Diáspora Para isso, buscamos verificar em torno de quais categorias ou problemas esses diálogos se estabeleceriam, tratando de pensar, portanto, na existência de preocupações comuns ao mundo diaspórico. Nesse sentido, esse ST pretende acolher trabalhos que tratem da produção artística, ensaística, literária ou do campo da teoria social, nos quais as categorias raça, mestiçagem, gênero, nacionalismo apareçam com centralidade, ocupando-se das análises que observem a rede de conexões que coloca em contato a produção de intelectuais negros e negras de diferentes territórios e que conformem ou desenhem a arrebentação dos limites nacionais para estabelecer um território negro transnacional como preconizado, por exemplo, por Paul Gilroy (2001), Stuart Hall (2013) e para produções de agências (trans)nacionais em diálogos, como destacado por Francisco Bolívar (2015).
Referências

BOLÍVAR, Francisco. Un diálogo diaspórico: el lugar del Harlem Renaissance en el pensamiento racial e intelectual afrocolombiano (1920-1948). In: Hist. Crit. No. 55, Bogotá, enero – marzo 2015, 288 pp. issn 0121-1617 (pp 101-124)
GILROY, P. Atlântico Negro. São Paulo: Ed 34; Rio de Janeiro: Universidade Cândido Mendes, Centro de Estudos Afro-asiáticos, 2001.
HALL, Stuart. Da Diáspora. Identidades e Mediações Culturais. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2013
VIANNA, C. C. Manuel Zapata Olivella e Lélia Gonzaléz: intelectualidade negra em Diáspora – uma ensaística anticolonial e antecipadamente decolonial. In: ALMEIDA, Ivete A. e RIBEIRO JUNIOR, Florisvaldo (orgs). ENSINO DE HISTÓRIA E O PENSAMENTO DECOLONIAL, 1ª ed. Uberlândia: EDUFU, 2022, p.88-112
VIANNA, C.C. Quilombo como encaminhamento para inserção nacional da população negra nos ensaios Quilombismo, de Abdias Nascimento, e em O conceito de quilombo e a resistência cultural negra, de Beatriz Nascimento. In: Camargo, F. P e BRITO, T. C. de. Gênero, raça e classe na Literatura Contemporânea da América Latina. Goiânia: CEGRAF, 2023.

* Simpósio Temático 6: Por uma educação antirracista: formação de professores, práticas educacionais e aplicabilidade da lei 10639/03.

Prof.ª Dr.ª Natália Batista Peçanha – UFU
Prof.ª Drª. Alessandra Tavares de Souza - USP

Após 21 anos da implementação da lei 10.639/03, muitas conquistas, mas ainda muitos desafios ainda se colocam ao pensarmos uma educação antirracista. Desta maneira, reflexões acerca de práticas educacionais, que efetivamente, buscam aplicar a lei 10639/03, para além do dia 20 de novembro, se fazem pertinentes, pois o debate sobre tais experiências permitem o intercâmbio de saberes produzidos por professores/pesquisadores e seus discentes da educação básica e a academia. Possibilitando, tal diálogo o objetivo deste Simpósio Temático é refletir sobre práticas educacionais, projetos extensionistas e formação de professores para as relações étnico-raciais. Desta maneira, serão aceitos trabalhos que versem sobre as temáticas: trajetórias de personagens do pós-abolição; reflexões sobre materiais didáticos; ensino de História afro-brasileira e africana; Classe, raça e gênero no ensino de História; Enfrentamentos ao racismo religioso; debates acerca da historicidade do racismo no Brasil; dentre outras temáticas pertinentes ao objetivo proposto.

Justificativa:
Tal Simpósio Temático justifica-se por possibilitar reflexões acerca da importância de uma formação de professores e de práticas educacionais, não centradas apenas nos grandes clássicos europeus, mas sim, em outras epistemologias e metodologias que permitam uma educação antirracista como tema transversal do currículo.

Objetivos:
- Refletir sobre práticas educacionais, projetos extensionistas e formação de professores para as relações étnico-raciais;
- Analisar os impactos da lei 10.639/03 no ensino de História: desafios e conquistas;
- Compreender a importância de materiais didáticos que proponham outras epistemologias e sujeitos, que dialoguem com a decolonialidade.
- Analisar como a historiografia da escravidão e do pós-abolição podem colaborar com práticas educacionais antirracistas.

Ementa:
Formação de professores e educação antirracista; decolonialidade; Historiografia do Pós-abolição e da diáspora atlântica; Aplicabilidade da Lei 10.639/03; Materiais didáticos e metodologias insurgentes.

Referências:
CARINE, Bárbara. Como ser um educador antirracista. São Paulo: Planeta do Brasil, 2023.
GOMES, Nilma Lino e JESUS, Rodrigo Ednilson de. As práticas pedagógicas de trabalho com relações étnico-raciais na escola na perspectiva da lei 10639/03. Educar em Revista. Curitiba, n.47, p.19.33, jan/mar. 2013
hooks, bell. Ensinando a transgredir. A educação como prática da liberdade. Trad. Marcelo Brandão Cipolla. 2 ed. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2017.
MOREIRA, Antonio Flávio e CANDAU, Vera Maria (orgs.) Multiculturalismo: Diferenças culturais e práticas pedagógicas. 10ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.
TRINDADE, Azoilda Loretto da. Valores civilizatórios afro-brasileiros na educação infantil. Disponível em: https://reaju.files.wordpress.com/2018/07/valores-civilizatc3b3rios-afro...

* Simpósio Temático 7: Territórios e Territorialidades Étnico-Raciais: experiências e reflexões.

Prof.ª Dr. ª Josy Dayanny Alves Souza - UFG
Marcelo Vitor Rodrigues Nogueira - Mestrando (PPGECM/UFU)
Luiz Gustavo de Souza Araújo (Luiza Araújo) - UFU

A temática territórios e territorialidades étnico-raciais busca encontrar nas memórias ancestrais possibilidades para as práticas contemporâneas, a partir das questões e relações vinculadas às materialidades e imaterialidades indissociáveis da identidade, cultura, educação, resistência, e da luta por direitos. Nesse sentido, buscamos a evidenciação das ações praticadas por e a partir dos movimentos sociais, povos indígenas, quilombolas, comunidades de terreiros, assim como a diversidade de povos e comunidades de territórios tradicionais. Esta sessão temática busca promover um espaço de diálogo e reflexões sobre as experiências de diferentes grupos étnico-raciais em relação aos seus territórios, sobre as implicações políticas, sociais e culturais das disputas territoriais, bem como os desafios enfrentados na formação e organização dos territórios. Ao trazer para o debate acadêmico em diálogo com os movimentos sociais pretendemos destacar a importância de reconhecer e respeitar as diversas formas de territorialidades e de saberes- fazeres existentes em nossa sociedade. Este é um debate fundamental para a promoção da diversidade e para o fortalecimento das lutas por justiça social, e nesse sentido, a sessão temática pretende receber trabalhos que sejam resultados de pesquisas de iniciação científica, artigos, relatos de experiências, concluídos ou em andamento, desde que sejam apresentados resultados que contribuam para a discussão temática.
Objetivos

Apresentar, a partir do tema territórios e territorialidades, algumas possibilidades de focos de pesquisa que articulem memória, gênero, sexualidade, cultura, religiosidade e educação, com incentivo à investigação da intersecção entre essas dimensões e as dinâmicas territoriais nas relações étnico-raciais.

Fomentar a aproximação entre a produção científica e os relatos de experiências, promovendo um diálogo construtivo que enriqueça o conhecimento sobre as relações étnico-raciais. Essa integração busca valorizar tanto o saber acadêmico quanto as vivências, proporcionando uma compreensão abrangente dos desafios e das dinâmicas que envolvem as questões étnico-raciais. Além disso, objetiva-se fortalecer a troca de perspectivas e metodologias entre pesquisadores e movimentos sociais, contribuindo para a construção de um conhecimento inclusivo e sensível às diversidades socioculturais.

Ementa
Territórios, territorialidades e relações étnico-raciais; Território, Territorialidades e Memória;
Território, Territorialidades, Gênero e Sexualidade; Território, Territorialidades e Educação;
Territórios, Territorialidades, cultura e religiosidade.

Referências
DEALDINA, Selma dos Santos (Org.). Mulheres quilombolas: Territórios de existências negras femininas. São Paulo: Editora Jandaíra, 2020.
MACHADO, Vanda. Irê Ayô: uma epistemologia afro-brasileira. Salvador: EDUFBA, 2019.
MARTINS, Leda Maria. Afrografias da memória: o Reinado do Rosário de Jatobá. São Paulo: Perspectiva. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2021.
MOURA, Glória. O direito à diferença. In: MUNANGA, Kabengele (Org.). Superando o racismo na escola. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2005, p.69-82.
XAKRIABÁ, Célia. Amansar o giz. PISEAGRAMA, Belo Horizonte, n. 14, p. 110-117, jul. 2020.

Em breve divulgaremos as datas para inscrição das comunicações.

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