Denise Duarte Scarpa Magalhaes Alves
Palestra: Representação da estrutura do pensamento coletivo através da Teoria dos Grafos
Existem técnicas propostas na literatura para tentar recuperar a estrutura do pensamento coletivo de uma população a respeito de um determinado tema. As informações são coletadas através de um questionário elaborado seguindo a abordagem sugerida pela TALP (Técnica de Associação Livre de Palavras), onde cada indivíduo contribui com até cinco palavras sobre o referido tema. Este tipo de abordagem é muito utilizada em áreas como a Psicologia e as Ciências Sociais. No entanto, essas técnicas não quantificam as características topológicas das redes de indivíduos (ou de palavras) que compartilham pensamentos parecidos sobre o tema, como centralidade e sua intermediação para a formação da rede de significados. Uma alternativa a essas técnicas é a representação da rede através de grafos. Um grafo G = (V,E) é definido como um conjunto de objetos de duas naturezas: o conjunto de vértices (V) e as arestas (E), que representam a ligação entre pares de vértices. A essas ligações podem ser atribuídas muitas características, como direção, distância e peso. Matematicamente, esses conjuntos podem ser representados conjuntamente através de matrizes de adjacência, onde linhas e colunas representam os vértices e as células representam a ligação entre cada par linha-coluna. Utilizamos propriedades conhecidas das matrizes para fazer análises das redes representadas pelos grafos.
Representar a rede de indivíduos por intermédio de um grafo possibilita evidenciar indivíduos ``populares'', que possuem um grande número de conexões, resumindo as ideias mais difundidas em sua comunidade. Por exemplo, o estudo destes indivíduos de alta popularidade pode ser utilizado em campanhas, medindo a receptividade dos mesmos a ações, serviços e/ou produtos relacionados à temática da rede, em busca da estimação da receptividade geral da comunidade.